Uma empresa espanhola desenvolveu cartuchos de espingarda biodegradáveis sem plástico. “O plástico é um ótimo material em alguns aspectos, mas a humanidade não pensou no fato de que ficará aqui para sempre”, avisa Enrique López-Pozas, CEO da empresa espanhola BioAmmo.
Após uma década dedicada à pesquisa, a BioAmmo desenvolveu cartuchos de espingarda 100% biodegradáveis, sem o uso de plástico, e hoje são comercializados em mais de vinte países.
Enrique López-Pozas, CEO da empresa espanhola, lembra que a ideia surgiu há doze anos, enquanto jogava Airsoft, e se perguntava para onde iriam parar todos os cartuchos disparados por caçadores e atiradores esportivos. No seio de uma família de militares, cresceu cercado de armas e sua carreira de empresário começou na gestão de uma rede hoteleira, onde conheceu o desperdício de plástico e a poluição que ele causava no planeta.
“Percebi que estávamos deixando o plástico no meio ambiente e que ele permaneceria para sempre. Percebi que precisávamos de algo biodegradável ou estaríamos acumulando problemas para o futuro”, diz.
O tradicional invólucro e enchimento de plástico, que separa a pólvora, foi substituído pelo biopolímero vegetal e a base metálica por uma liga atóxica de cobre e zinco, que oxida e desaparece. O cliente só pode escolher se prefere usar granalha de chumbo ou granalha de aço.
"Isso obviamente tem consequências importantes para a sustentabilidade ambiental em todas as disciplinas e setores de tiro. Por exemplo: nenhum plástico para contaminar o planeta por centenas de anos, nenhum microplástico para entrar na cadeia alimentar e nenhum plástico para adicionar aos aterros sanitários." elucida Peter Chatland, responsável por mercados internacionais na BioAmmo.
Ressalta ainda que os cartuchos podem ser colocados no composto e, com a ajuda de microrganismos do solo, se degradam em um período de um a dois anos.
López-Pozas lançou o produto no mercado em um ano atípico, mas espera aumentar os pedidos neste ano. Os Estados Unidos da América são o maior mercado, mas a nível europeu segue-se ao Reino Unido, Noruega, Suécia, Dinamarca e Holanda. “Exportamos cerca de 95% dos nossos produtos porque a caça e o tiro estagnaram em Espanha e as nossas vendas aqui são mínimas”, revela.
Na opinião do empresário, o plástico é um material que pesa pouco e tem muita durabilidade, mas é um problema a ser enfrentado no futuro, já que "a humanidade não pensou no fato de que ficará aqui para sempre", afirma. .
Receba as notícias do dia e alertas de última hora. Aqui está um exemplo.